Para que os futuros Policiais já possam começar a entender um pouco dos métodos utilizado na Polícia Militar, e para os policiais reforçarem sobre os mesmos, estou postando aqui sobre o método Giraldi, quando há ocorrências com reféns:
Policial,
Se você (sua equipe; guarnição; etc.) que está na “ponta da linha” for surpreendido por ocorrência com “refém tomado”, ou “refém seqüestrado”, ou o chamado “seqüestro relâmpago”, ou qualquer situação em que o agressor está usando a vítima como escudo; ou a vítima está sob ameaça direta do agressor, correndo risco de morte, servindo como seu “salvo conduto”, inclusive, dentro de viatura (e até no porta malas), etc. seus procedimentos básicos, de acordo com o “Método Giraldi”, são:-
Atue, com seus companheiros, em equipe. O de maior posto ou graduação coordena a ação e divide responsabilidades. Isso já deve ter sido previsto quando dos treinamentos da guarnição, para casos semelhantes. Lembre-se:- “Nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos;” (Giraldi). Tem que ser trabalho de equipe.
Com sua equipe, tente “conter” e “isolar” a ocorrência.
A vida e a integridade física da vítima precedem tudo. Todos os esforços devem ser feitos nesse sentido. A vítima não deve ser vista como uma pessoa qualquer, mas como se fosse um parente querido seu (filha, filho, etc.). Depois a prisão do agressor.
Protegido, se possível à vista do agressor; sem perder o contato visual com a ocorrência, arma em “posição sul”; identificar-se para as partes envolvidas, declarando, inclusive, seu “nome de guerra”, e procurando saber o que está ocorrendo. Exemplo:- “----- Aqui é a polícia! Sou o policial fulano. Que está acontecendo aí?”
Obs.:- Dependendo da resposta, por palavras ou atitudes, você dará prosseguimento aos seus procedimentos.
Peça ou mande pedir apoio, imediatamente.
Solicite ao agressor que forneça o nome dele, ou por qual nome ou apelido quer ser chamado; se fornecer, passe a chamá-lo por esse nome. Caso se recuse, insista. Todas as pessoas têm um nome ou apelido pelo qual gostam de ser chamadas.
Mantenha a calma. Respire fundo, várias vezes.
Procure acalmar, e transmitir calma às partes envolvidas, com palavras tranqüilizadoras, mesmo que o agressor continue com as ameaças.
A inteligência, a sabedoria, a paciência e o profissionalismo são quatro das suas grandes virtudes, e, “armas infalíveis”, para obter sucesso nesse tipo de ocorrência.
Não perca o contato visual com a ocorrência e com o agressor, mas não se exponha.
Mantenha distância segura em relação ao agressor.
Evite aproximar-se ou pressionar o agressor; ele poderá se desesperar com essa sua atitude e acionar o gatilho
Não aponte a arma para o agressor (na realidade estaria apontando a arma para a vítima que, normalmente, já tem a arma do agressor apontada para a sua cabeça).
Atue sempre protegido, se possível à vista do agressor (o mínimo possível; só a fração do rosto usada para acompanhar a ocorrência). Arma na “posição sul”, ou até não empunhada; depende das circunstâncias do momento.
Se, por circunstâncias especiais, você tiver que ficar exposto deverá estar extraordinariamente atento, e com “cobertura” de companheiros.
Não se precipite. Sua precipitação poderá provocar uma tragédia.
Não pratique a “valentia perigosa”; é “loteria”, e, tudo que é “loteria”, quando está em jogo a vida humana, não deve ser tentado.
Disparo, na cabeça do agressor, conforme alguns leigos preconizam, também é “loteria”. Não deve ser tentado. Teria que atingir o bulbo raquiano para ser eficaz, e, isso é quase impossível. Poderia provocar “espasmo”, que é uma contração involuntária de nervo ou músculo, com o agressor acionando ainda o gatilho da arma, mesmo mortalmente ferido, provocando a morte da vítima ou de outras pessoas. As práticas do passado demonstraram que, normalmente, quando é tentada a imobilização imediata, do agressor, através do disparo, quem sofre as conseqüências é a vítima. São dezenas de casos de triste lembrança. (Maiores informações, a respeito do assunto, leia a matéria “SEQÜESTRO COM REFÉM – ATIRADOR DE ELITE:- O MITO E A REALIDADE”, do Cel PMESP Nilson Giraldi, publicada a partir da página 047, da revista “A FORÇA POLICIAL”, “Órgão de Informação e Doutrina da Instituição Policial Militar”, nº 29, de fevereiro/março/abril de 2001).
O uso da força, nessas ocasiões, não é certeza de um final feliz; o uso da inteligência, da sabedoria, da paciência, e do profissionalismo, sim. Vítima ilesa; agressor preso; polícia aplaudida.
Por mais difícil que pareça, tente negociar.
Na negociação, use tom de voz calmo, firme, claro, audível, educado, esclarecendo bem o que você deseja que o agressor faça.
Não use palavras ofensivas para com o agressor. Não minta para o agressor.
Procure ganhar a confiança do agressor. Uma vez obtida tudo se tornará mais fácil.
Enquanto o agressor fala, fique quieto, ouça-o, não o interrompa; quanto mais ele falar, melhor; vai se acalmando. Estimule-o a falar. Seja um bom ouvinte.
Procure manter as partes calmas. Não se exalte. Não grite. Não faça ameaças.
Não tome nenhuma atitude que possa aumentar o perigo a que a vítima já está sendo submetida.
O agressor, nesses instantes, transforma-se num grande “ator”, dando a impressão que tem a situação nas mãos, quando, na realidade, quem a tem é você.
A ameaça do agressor contra a vida e a integridade física de sua vítima faz parte do seu “teatro”; nem poderia ser diferente, só que, a vítima é seu “salvo conduto”, e ele sabe disso; eliminá-la não lhe traria nenhuma vantagem, ao contrário..., e ele também sabe disso.
Procure passar calma às partes. Normalmente, nesses casos, o agressor está muito nervoso, com o dedo no gatilho, apontando a arma para a cabeça de sua vítima; todo o cuidado será pouco. Às vezes, o nervosismo dele é tanto que, mesmo involuntariamente, acaba por acionar o gatilho. E, se houver pressão, por parte do policial, tudo será ainda pior.
O tempo é seu grande amigo para solucionar esse tipo de ocorrência. O agressor tem que comer, beber, fazer necessidades fisiológicas, dormir... Devagar vai percebendo que não adianta dar prosseguimento à sua atitude criminosa.
Não tenha pressa para solucionar ocorrência desse tipo. Às vezes leva horas; até dias, para um final favorável à vítima e à polícia; também para o agressor que, apesar de preso, tem a vida e a integridade física preservadas.
Procure levar o agressor à exaustão, sem que ele perceba isso.
Não pressione o agressor. Não o “encurrale” pois, num gesto de desespero, poderá acionar o gatilho. Ele está nervoso; desequilibrado. Dê-lhe chance de voltar à calma; de reequilibrar-se.
Diga-lhe constantemente que você está ali para ajudar. Repita esta frase com calma, centenas de vezes se necessário. Garanta-lhe constantemente que se ele se entregar, a vida e a integridade física dele serão preservadas. Insista constantemente neste ponto. Repita-o à exaustão. Garanta-lhe que, caso se entregue, não será maltratado.
Não se refira à vítima como “refém”, mas como “moça”, “moço”, “criança”, etc. (Exemplo:- “----- Para seu próprio bem, solte a moça”).
Tente convencer o agressor, para o próprio bem dele, a liberar o “moço”, ou a “moça”, ou a “criança”, ou quem estiver servindo de escudo, ou de “salvo conduto” (conforme já foi dito, não use o termo refém).
Esclareça o agressor, sem ameaçá-lo, e com educação, da gravidade das conseqüências que poderão advir caso insista nos seus intentos, e as atenuantes que terá, se desistir delas.
Esclareça o agressor, sem ameaçá-lo, e com educação, que está cercado; que não tem chances de fugir; que, para seu próprio bem, é melhor entregar-se.
Todos os pedidos do agressor devem ter como resposta sua:- “----- Vou falar com meus superiores”. Por mais absurdos que sejam, transmita aos seus superiores os pedidos do agressor.
Em princípio, as únicas coisas que você deve prometer ao agressor é a preservação da sua vida e da sua integridade física; e que irá comunicar, ao seu superior, os pedidos dele.
Jamais troque de lugar com a vítima; nem permita que outro o faça.
Cuidado! Seqüestros passionais são de difícil negociação. A possibilidade de terminar em tragédia é muito grande.
Quando o agressor se tranca em algum local com a sua vítima, caso resolva se entregar, cabe a ele abrir a porta, e isso lhe deverá ser dito pelo negociador;- “---- Abra a porta e saia, desarmado, com as mãos para cima”. Se necessário o negociador deverá lhe perguntar:- “----- Você abre a porta ou quer que ela seja arrombada ou aberta por nós?”. Pode ser que o agressor não tenha condições de abri-la. Dependendo da sua resposta, a porta será arrombada ou aberta (sempre há possibilidade de alguém possuir a chave da porta). O agressor deverá ser avisado do momento do arrombamento ou da abertura da porta. Deverá ser alertado:- “---- Vamos arrombar (ou abrir) a porta, permaneça desarmado com as mãos para cima; não tenha medo; sua vida e integridade física serão preservadas”. Os policiais não entram no local; mandam o agressor sair.
Não se aproximar do agressor. Mesmo após ele ter se entregado, não vá à sua direção, mas, determine que ele, com as mãos sobre a cabeça (e não na nuca), ou para cima, caminhe em sua direção. Daí para frente procedimentos policiais normais.
Se o agressor, mantendo a vítima como escudo, ou próximo a si, como “salvo conduto”, disparar contra você, não dispare contra ele, pois atingiria a vítima, permaneça protegido. Na primeira oportunidade, após os disparos, reinicie a negociação. Não desista.
Outros procedimentos que se mostrarem necessários, desde que não aumentem os riscos a que a vítima já está sendo submetida.
Ao chegar o apoio (GATE, etc.) fornecer-lhe todos os detalhes da ocorrência e colocar-se à sua disposição. Etc. Se sua negociação estiver obtendo êxito, sem dúvida, você a continuará, sendo assessorado pelo “apoio”.
Auxílio e colaboração de terceiros, desde que lógicos, e sem aumentar o risco a que à(s) vítima(s) já está sendo submetida, serão encaminhados ao escalão superior, para apreciação.
Parentes da vítima, imprensa, etc., poderão chegar. O coordenador da operação deverá nomear um policial para prestar-lhes, constantes, e possíveis, esclarecimentos. Mantê-los, educadamente, fora da área de perigo e em segurança.
A polícia deverá estar preparada para, como última, das últimas alternativas, através das suas equipes de ações táticas especiais, efetuar uma ação de força contra o (s) agressor (es).
Uma boa negociação deverá terminar com:- "Vítima ilesa"; "agressor preso"; "polícia aplaudida"; "policial regressando íntegro ao seio da sua família".
Estas normas não esgotam o assunto.
O desdobramento deste tipo de ocorrência varia muito.
A seguir, algumas situações especiais que poderão ocorrer nesse tipo de ocorrência:-
O agressor poderá entregar-se:- Procedimentos policiais normais, sem qualquer agressão ou violência contra o mesmo.
O agressor solta a vítima e sai correndo pelo meio do povo:- O policial não dispara; é tentado o cerco. O policial, ao passar pelo meio das pessoas, manterá sua arma na “posição sul”;
O agressor poderá arrastar a vítima para outro local:- O policial, sempre abrigado, sem perder o contato visual com a ocorrência, acompanha e orienta o apoio para o cerco.
A vítima escapa e o agressor dispara contra o policial:- O policial tenta paralisar sua ação efetuando dois disparos rápidos na direção de sua silhueta (massa), desde que não existam pessoas inocentes na mesma “linha de tiro”; se houver, não dispara; entra ou se mantém em proteção. Não se dispara em agressor que esteja no meio do povo; ou na mesma linha de tiro de pessoas inocentes; ou que o projétil, como “bala perdida”, possa atingir outras pessoas; aguarda-se melhor oportunidade; chama-se apoio; faz-se o cerco;
Caso o agressor dispare contra o policial, mas continue mantendo a vítima como escudo, ou próximo a si, como “salvo conduto”, o policial não deverá disparar contra o agressor; procurará manter-se abrigado, aguardando apoio e melhor oportunidade para negociações.
Se você (sua equipe; guarnição; etc.) que está na “ponta da linha” for surpreendido por ocorrência com “refém tomado”, ou “refém seqüestrado”, ou o chamado “seqüestro relâmpago”, ou qualquer situação em que o agressor está usando a vítima como escudo; ou a vítima está sob ameaça direta do agressor, correndo risco de morte, servindo como seu “salvo conduto”, inclusive, dentro de viatura (e até no porta malas), etc. seus procedimentos básicos, de acordo com o “Método Giraldi”, são:-
Atue, com seus companheiros, em equipe. O de maior posto ou graduação coordena a ação e divide responsabilidades. Isso já deve ter sido previsto quando dos treinamentos da guarnição, para casos semelhantes. Lembre-se:- “Nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos;” (Giraldi). Tem que ser trabalho de equipe.
Com sua equipe, tente “conter” e “isolar” a ocorrência.
A vida e a integridade física da vítima precedem tudo. Todos os esforços devem ser feitos nesse sentido. A vítima não deve ser vista como uma pessoa qualquer, mas como se fosse um parente querido seu (filha, filho, etc.). Depois a prisão do agressor.
Protegido, se possível à vista do agressor; sem perder o contato visual com a ocorrência, arma em “posição sul”; identificar-se para as partes envolvidas, declarando, inclusive, seu “nome de guerra”, e procurando saber o que está ocorrendo. Exemplo:- “----- Aqui é a polícia! Sou o policial fulano. Que está acontecendo aí?”
Obs.:- Dependendo da resposta, por palavras ou atitudes, você dará prosseguimento aos seus procedimentos.
Peça ou mande pedir apoio, imediatamente.
Solicite ao agressor que forneça o nome dele, ou por qual nome ou apelido quer ser chamado; se fornecer, passe a chamá-lo por esse nome. Caso se recuse, insista. Todas as pessoas têm um nome ou apelido pelo qual gostam de ser chamadas.
Mantenha a calma. Respire fundo, várias vezes.
Procure acalmar, e transmitir calma às partes envolvidas, com palavras tranqüilizadoras, mesmo que o agressor continue com as ameaças.
A inteligência, a sabedoria, a paciência e o profissionalismo são quatro das suas grandes virtudes, e, “armas infalíveis”, para obter sucesso nesse tipo de ocorrência.
Não perca o contato visual com a ocorrência e com o agressor, mas não se exponha.
Mantenha distância segura em relação ao agressor.
Evite aproximar-se ou pressionar o agressor; ele poderá se desesperar com essa sua atitude e acionar o gatilho
Não aponte a arma para o agressor (na realidade estaria apontando a arma para a vítima que, normalmente, já tem a arma do agressor apontada para a sua cabeça).
Atue sempre protegido, se possível à vista do agressor (o mínimo possível; só a fração do rosto usada para acompanhar a ocorrência). Arma na “posição sul”, ou até não empunhada; depende das circunstâncias do momento.
Se, por circunstâncias especiais, você tiver que ficar exposto deverá estar extraordinariamente atento, e com “cobertura” de companheiros.
Não se precipite. Sua precipitação poderá provocar uma tragédia.
Não pratique a “valentia perigosa”; é “loteria”, e, tudo que é “loteria”, quando está em jogo a vida humana, não deve ser tentado.
Disparo, na cabeça do agressor, conforme alguns leigos preconizam, também é “loteria”. Não deve ser tentado. Teria que atingir o bulbo raquiano para ser eficaz, e, isso é quase impossível. Poderia provocar “espasmo”, que é uma contração involuntária de nervo ou músculo, com o agressor acionando ainda o gatilho da arma, mesmo mortalmente ferido, provocando a morte da vítima ou de outras pessoas. As práticas do passado demonstraram que, normalmente, quando é tentada a imobilização imediata, do agressor, através do disparo, quem sofre as conseqüências é a vítima. São dezenas de casos de triste lembrança. (Maiores informações, a respeito do assunto, leia a matéria “SEQÜESTRO COM REFÉM – ATIRADOR DE ELITE:- O MITO E A REALIDADE”, do Cel PMESP Nilson Giraldi, publicada a partir da página 047, da revista “A FORÇA POLICIAL”, “Órgão de Informação e Doutrina da Instituição Policial Militar”, nº 29, de fevereiro/março/abril de 2001).
O uso da força, nessas ocasiões, não é certeza de um final feliz; o uso da inteligência, da sabedoria, da paciência, e do profissionalismo, sim. Vítima ilesa; agressor preso; polícia aplaudida.
Por mais difícil que pareça, tente negociar.
Na negociação, use tom de voz calmo, firme, claro, audível, educado, esclarecendo bem o que você deseja que o agressor faça.
Não use palavras ofensivas para com o agressor. Não minta para o agressor.
Procure ganhar a confiança do agressor. Uma vez obtida tudo se tornará mais fácil.
Enquanto o agressor fala, fique quieto, ouça-o, não o interrompa; quanto mais ele falar, melhor; vai se acalmando. Estimule-o a falar. Seja um bom ouvinte.
Procure manter as partes calmas. Não se exalte. Não grite. Não faça ameaças.
Não tome nenhuma atitude que possa aumentar o perigo a que a vítima já está sendo submetida.
O agressor, nesses instantes, transforma-se num grande “ator”, dando a impressão que tem a situação nas mãos, quando, na realidade, quem a tem é você.
A ameaça do agressor contra a vida e a integridade física de sua vítima faz parte do seu “teatro”; nem poderia ser diferente, só que, a vítima é seu “salvo conduto”, e ele sabe disso; eliminá-la não lhe traria nenhuma vantagem, ao contrário..., e ele também sabe disso.
Procure passar calma às partes. Normalmente, nesses casos, o agressor está muito nervoso, com o dedo no gatilho, apontando a arma para a cabeça de sua vítima; todo o cuidado será pouco. Às vezes, o nervosismo dele é tanto que, mesmo involuntariamente, acaba por acionar o gatilho. E, se houver pressão, por parte do policial, tudo será ainda pior.
O tempo é seu grande amigo para solucionar esse tipo de ocorrência. O agressor tem que comer, beber, fazer necessidades fisiológicas, dormir... Devagar vai percebendo que não adianta dar prosseguimento à sua atitude criminosa.
Não tenha pressa para solucionar ocorrência desse tipo. Às vezes leva horas; até dias, para um final favorável à vítima e à polícia; também para o agressor que, apesar de preso, tem a vida e a integridade física preservadas.
Procure levar o agressor à exaustão, sem que ele perceba isso.
Não pressione o agressor. Não o “encurrale” pois, num gesto de desespero, poderá acionar o gatilho. Ele está nervoso; desequilibrado. Dê-lhe chance de voltar à calma; de reequilibrar-se.
Diga-lhe constantemente que você está ali para ajudar. Repita esta frase com calma, centenas de vezes se necessário. Garanta-lhe constantemente que se ele se entregar, a vida e a integridade física dele serão preservadas. Insista constantemente neste ponto. Repita-o à exaustão. Garanta-lhe que, caso se entregue, não será maltratado.
Não se refira à vítima como “refém”, mas como “moça”, “moço”, “criança”, etc. (Exemplo:- “----- Para seu próprio bem, solte a moça”).
Tente convencer o agressor, para o próprio bem dele, a liberar o “moço”, ou a “moça”, ou a “criança”, ou quem estiver servindo de escudo, ou de “salvo conduto” (conforme já foi dito, não use o termo refém).
Esclareça o agressor, sem ameaçá-lo, e com educação, da gravidade das conseqüências que poderão advir caso insista nos seus intentos, e as atenuantes que terá, se desistir delas.
Esclareça o agressor, sem ameaçá-lo, e com educação, que está cercado; que não tem chances de fugir; que, para seu próprio bem, é melhor entregar-se.
Todos os pedidos do agressor devem ter como resposta sua:- “----- Vou falar com meus superiores”. Por mais absurdos que sejam, transmita aos seus superiores os pedidos do agressor.
Em princípio, as únicas coisas que você deve prometer ao agressor é a preservação da sua vida e da sua integridade física; e que irá comunicar, ao seu superior, os pedidos dele.
Jamais troque de lugar com a vítima; nem permita que outro o faça.
Cuidado! Seqüestros passionais são de difícil negociação. A possibilidade de terminar em tragédia é muito grande.
Quando o agressor se tranca em algum local com a sua vítima, caso resolva se entregar, cabe a ele abrir a porta, e isso lhe deverá ser dito pelo negociador;- “---- Abra a porta e saia, desarmado, com as mãos para cima”. Se necessário o negociador deverá lhe perguntar:- “----- Você abre a porta ou quer que ela seja arrombada ou aberta por nós?”. Pode ser que o agressor não tenha condições de abri-la. Dependendo da sua resposta, a porta será arrombada ou aberta (sempre há possibilidade de alguém possuir a chave da porta). O agressor deverá ser avisado do momento do arrombamento ou da abertura da porta. Deverá ser alertado:- “---- Vamos arrombar (ou abrir) a porta, permaneça desarmado com as mãos para cima; não tenha medo; sua vida e integridade física serão preservadas”. Os policiais não entram no local; mandam o agressor sair.
Não se aproximar do agressor. Mesmo após ele ter se entregado, não vá à sua direção, mas, determine que ele, com as mãos sobre a cabeça (e não na nuca), ou para cima, caminhe em sua direção. Daí para frente procedimentos policiais normais.
Se o agressor, mantendo a vítima como escudo, ou próximo a si, como “salvo conduto”, disparar contra você, não dispare contra ele, pois atingiria a vítima, permaneça protegido. Na primeira oportunidade, após os disparos, reinicie a negociação. Não desista.
Outros procedimentos que se mostrarem necessários, desde que não aumentem os riscos a que a vítima já está sendo submetida.
Ao chegar o apoio (GATE, etc.) fornecer-lhe todos os detalhes da ocorrência e colocar-se à sua disposição. Etc. Se sua negociação estiver obtendo êxito, sem dúvida, você a continuará, sendo assessorado pelo “apoio”.
Auxílio e colaboração de terceiros, desde que lógicos, e sem aumentar o risco a que à(s) vítima(s) já está sendo submetida, serão encaminhados ao escalão superior, para apreciação.
Parentes da vítima, imprensa, etc., poderão chegar. O coordenador da operação deverá nomear um policial para prestar-lhes, constantes, e possíveis, esclarecimentos. Mantê-los, educadamente, fora da área de perigo e em segurança.
A polícia deverá estar preparada para, como última, das últimas alternativas, através das suas equipes de ações táticas especiais, efetuar uma ação de força contra o (s) agressor (es).
Uma boa negociação deverá terminar com:- "Vítima ilesa"; "agressor preso"; "polícia aplaudida"; "policial regressando íntegro ao seio da sua família".
Estas normas não esgotam o assunto.
O desdobramento deste tipo de ocorrência varia muito.
A seguir, algumas situações especiais que poderão ocorrer nesse tipo de ocorrência:-
O agressor poderá entregar-se:- Procedimentos policiais normais, sem qualquer agressão ou violência contra o mesmo.
O agressor solta a vítima e sai correndo pelo meio do povo:- O policial não dispara; é tentado o cerco. O policial, ao passar pelo meio das pessoas, manterá sua arma na “posição sul”;
O agressor poderá arrastar a vítima para outro local:- O policial, sempre abrigado, sem perder o contato visual com a ocorrência, acompanha e orienta o apoio para o cerco.
A vítima escapa e o agressor dispara contra o policial:- O policial tenta paralisar sua ação efetuando dois disparos rápidos na direção de sua silhueta (massa), desde que não existam pessoas inocentes na mesma “linha de tiro”; se houver, não dispara; entra ou se mantém em proteção. Não se dispara em agressor que esteja no meio do povo; ou na mesma linha de tiro de pessoas inocentes; ou que o projétil, como “bala perdida”, possa atingir outras pessoas; aguarda-se melhor oportunidade; chama-se apoio; faz-se o cerco;
Caso o agressor dispare contra o policial, mas continue mantendo a vítima como escudo, ou próximo a si, como “salvo conduto”, o policial não deverá disparar contra o agressor; procurará manter-se abrigado, aguardando apoio e melhor oportunidade para negociações.
Nilson Giraldi
Cel PMESP - Professor – Educador - Assessor – Consultor
Especialista em Segurança Pública
fonte: http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&ct=res&cd=1&ved=0CAYQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.esmp.sp.gov.br%2Feventos%2Fpassados%2Fgiraldi_ocorrenciasrefens.doc&ei=bqKCS5mPLoKMuAe6zoSABw&usg=AFQjCNHpiukAbeA84hgs4Y8mZRzmxwqZwQ&sig2=NvablwPCMvvxsx8uBBjSEQ
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